quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Rudolf Schenker sobre James Kottak: "Você não pode contar com alguém que não é estável"

Em uma nova entrevista com "Rock Talk With Mitch Lafon", Rudolf Schenker falou sobre a inclusão do ex baterista do Motörhead ao Scorpions. Em setembro do ano passado, o musico sueco foi nomeado como uma substituição permanente do baterista James Kottak, que foi dispensado da banda durante sua batalha contra o alcolismo.

“Eu estou muito triste sobre James [Que não mais está no Scorpions],” disse o guitarrista. “Eu sempre pensei que ele fosse ficar até o fim conosco. Mas de alguma forma, envolvendo uma esposa e todas essas coisas que, digamos, estavam o atingindo, ele realmente mudou. E nós demos a ele muitas possibilidades. Nós pagamos por seu tratamento de reabilitação e nós realmente tentamos fazer as coisas acontecerem, mas então, de alguma forma, quando Mikkey Dee veio e percebemos que talvez as viagens, indo de Los Angeles parara a Europa com tanta frequência, seja talvez um fato de que ele não ficaria estável. Estando na primeira classe ou na classe econômica, viajando da América para a Europa, há tudo lá para você fazer uma verdadeira festa. Mas de alguma forma tentamos colocar James nos caminho certo, e nós estávamos esperando pelos últimos três anos, na verdade, desde o MTV Unplugged, pelo menos. E nós não pudemos mudar isso. Para agendar uma turnê e então viajar ao redor do mundo e organizar tudo, a equipe, você realmente não pode contar com alguém que não é estável. Então, nesse caso, quando Lemmy morreu – ele sempre foi um grande fã de Scorpions, e nós éramos grande fãs de Motörhead – de alguma forma o destino estava chamando. Porque até então não tínhamos certeza. O que fazemos? Quando formos para a América, será que podemos contar com James? Então falamos ao James: “James, fique um pouco mais na reabilitação” e então o Mikkey veio, e de alguma forma foi algo que... ele ficou realmente tão feliz em vir para o Scorpions, porque ele sabe de dentro do Motörhead como Lemmy falava sobre Scorpions. E o Mikkey era, na verdade, também um fã do Scorpions. Foi como “Love at first Sting”, amor à primeira vista. Nós tocamos, nós ensaiamos e as coisas se encaixaram.

Ele continuou: “Nós chamamos o James e dissemos ‘James, talvez seja melhor você fazer algo em Los Angeles do que sempre viajar com a sua doença ainda te atingindo, viajando para a Europa, e talvez você perceba que não tem energia sobrando para fazer o que você quer fazer.” Então, nesse caso, nós dissemos ao Mikkey Dee: ‘Mikkey, você é o nosso cara’. Nós tivemos que fazer uma decisão, e de algum modo o destino estava acontecendo por causa da morte de Lemmy. Foi o tempo certo. Matthias ligou para o Mikkey Dee e ele estava pronto e nós começamos a trabalhar juntos.

De acordo com Rudolf, Dee trouxe “nova energia” para o Scorpions, o que é "algo importante. Mas nós gostaríamos de ter James nisso”, disse o guitarrista. Schenker lembra ainda sobre as mudanças de pessoal no Scorpions. “Nesses cinquenta e dois anos de nossa carreira, sim, nós tivemos algumas mudanças porque sempre estivemos olhando para a filosofia quando comecei a banda em 65... Música é a primeira coisa e também ter ao redor com a química certa e com quem você pode construir uma amizade,” disse. “E eu penso que esse é o ponto que nos levou aos cinquenta e dois anos com Scorpions, e essa é a razão pela qual Mikkey Dee está aqui. Com James, nós sabíamos que de certo modo ele não teria a energia para realmente fazer isso. Mikkey é nosso vizinho para nós em Gothenburg, na Suécia, e ele tem carro... Ele dirige, na verdade, uma Lamborghini Huracán, então em uma hora e meia, talvez duas e meia, ele está à nossa porta aqui no Studio e trabalhando conosco."

Fonte: Blabbermouth