sexta-feira, 21 de junho de 2024

Scorpions nos cinemas: cinebiografia ‘Wind of Change’ prevista para 2025

O sucesso explosivo do Scorpions na década de 1990 chegará aos cinemas! A banda ganhará uma cinebiografia chamada Wind of Change, se juntando a um grupo seleto de bandas de rock que se tornaram tema de filme nos últimos anos. 

Segundo informações do site Deadline, a produção do filme está programada para começar no final deste ano, na Europa. Já o lançamento está previsto para 2025, pensado para coincidir com as celebrações de 60 anos de carreira do Scorpions. 


O principal foco do filme estará na carreira da banda no final dos anos 1980 e começo da década seguinte, contando a trajetória da banda e dos integrantes na época da Guerra Fria, com a Alemanha dividida, até o sucesso do single “Wind of Change”, que ficou marcado como um hino da queda do Muro de Berlim.


Ainda de acordo com as informações divulgadas pelo Deadline, o filme Wind of Change “conta a história de três amigos improváveis cuja paixão pelo rock n’ roll impulsionou sua ascensão das cinzas da Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial para a fama global nos anos 1980 como a banda de rock multi-platina Scorpions. Com seu solo natal ainda dividido, e amigos e familiares do outro lado do Muro de Berlim, Rudolf Schenker, Klaus Meine e Matthias Jabs tomaram a ousada decisão de desafiar as proibições estatais e dar um salto de fé por trás das linhas soviéticas para lotar arenas no coração da URSS”.


O estúdio responsável pelo projeto será o ESX Entertainment, que já fechou negociação com a banda para o projeto. A direção será assinada pelo francês Alex Ranarivelo. Até o momento, o elenco ainda não foi definido.



quinta-feira, 6 de junho de 2024

Las Vegas Residency Review 2024!


             Começamos um diário de turnê diferente dessa vez. Vale explicar que eu, David, me casei em outubro do ano passado. Além de ter pedido Bela em casamento na frente da banda ainda em 2022, eles gentilmente enviaram para nós um vídeo de felicitações que foi exibido na recepção do nosso casamento naquele dia 14 de outubro. Uma honra e tanto! Após isso, voltamos a nossa vida normal, casados é claro, esperando por uma oportunidade que faria sentido ter uma lua de mel tão especial quanto os acontecimentos anteriores que falei. Com rumores de mais uma residência em Las Vegas, resolvemos esperar, e dito e certo. Planejamos tudo para que nossa Lua de Mel fosse na terra do Elvis casamenteiro, apesar do motivo ser bem claro. Assim, o tempo passou e o dia de viajar chegou.

           Chegamos em Las Vegas para o show de número 3 (de 9), no dia 18 de abril. Ao desembarcar, já nos deparamos com letreiros anunciando o que tanto aguardávamos: os shows de Scorpions! Assim como nos imensos painéis de led espalhados pela Strip, a principal rua de Las Vegas, bem próximo ao Planet Hollywood que abriga além de cassino e shopping, o Bakkt Theater (antigo Zappos Theater), local dos shows!

            Estivemos em quatro apresentações, mas irei reunir aqui o melhor desses quatro dias como se estivéssemos em um grande e único show! (já que o setlist permaneceu o mesmo para as nove datas em Las Vegas).

Com nossos acessos, nos encaminhamos para a fila que nos levaria ao meet and greet, procedimento parecido com o adotado na residência de 2022. Chegando à área de backstage, começamos a ver rostos bem familiares, como do nosso grande amigo Léo Soares! Além de Joe Gerrans, o cara da segurança no Bakkt Theater. Nossa vez de ir ao meet and greet chegou e já fomos recebidos com surpresa e alegria por Rudolf, Pawel, Klaus, Matthias e Mikkey. Esse foi o nosso primeiro contato depois do casamento, que foi o assunto naqueles poucos segundos quando Pawel brincou: “vocês ainda estão casados?”. Respondemos mostrando as alianças e ganhamos uma foto bem especial com a banda completa.



De volta ao lobby do teatro, pudemos conferir o merchandising dessa turnê que estava bem legal. Era hora de checar os nossos lugares e aguardar por Ugly Kid Joe, banda que acompanhava Scorpions abrindo os shows. Surpreendeu-me o quanto a plateia os abraçou nos quatro shows em que estivemos presentes, era como se estivessem diante de velhos amigos celebrando juntos algo especial.

Finalmente falaremos do que interessa: o show de Scorpions! Um novo show com setlist alterado pela comemoração de 40 anos do Love At First Sting. Ainda que eu tenha visto vídeos dos primeiros shows, tudo aquilo seria novidade para mim. Assim, trovões e relâmpagos no grande telão de led anunciam que o show iria começar! O sonho de ver ao vivo a intro de Coming Home está prestes a se concretizar. É assim que os shows dessa turnê estão iniciando, lendário!

“Every morning when I wake up yawning, I'm still far away. Trucks still rolling throw the early morning, to the place we play…” Canta Klaus surgindo por trás do belíssimo palco preservado da turnê anterior, enquanto a capa do Love At First Sting também dá as caras apresentando o que está por vir com um show de luzes. Mikkey Dee põe fim à calmaria, seguido das guitarras de Matthias e Rudolf, “Jump on the seats, put your hands in air” prontamente atendido! Os assentos não são ocupados em momento algum tamanha empolgação do público de um teatro lotado. Eles finalizam a primeira música da noite com “Coming Home to Las Vegas, Nevada!”.



Como a fórmula anterior deu muito certo e o sucesso do álbum Rock Believer perpetuou, “The king of riffs is back in town” novamente! Gás in The Tank permanece no setlist, o que eu particularmente achei certeiro, há tempos não tínhamos uma música inédita tão enérgica como essa. Make It Real, The Zoo e Coast To Coast seguem contínuas pois como falamos, o que está dando certo não se mexe.

“É ótimo estar de volta a Las Vegas, Nevada! … voltar para uma residência e tocar nove shows em Vegas, eu acho que não tinha forma melhor de começar o ano para nós… Essa noite é para celebrar o 40o aniversário do Love At First Sting, você acredita que já fazem 40 anos? Mas voltaremos mais tarde, para agora 42nd street… The Zoo!”.

Após o término de Coast To Coast, Klaus fala um pouco mais, explicando o que vem a seguir: “Agora voltaremos para os anos 80, bons tempos! 1984, Love At First Sting! Nós tocamos essa próxima música um tempo atrás, mas há muito tempo, e voltamos a ensaiar e ela se tornou novamente uma das minhas favoritas agora, é uma música antiga, mas continua linda. A outra música nós nunca tocamos em uma versão elétrica, apenas orquestrada, vocês já podem imaginar qual seja, então cantem o mais alto que puderem! Certo!? I’m Leaving you…”

É incrível como, pouco mais de 10 anos depois da última vez que tocaram essa música em uma turnê, ela só tenha melhorado ao vivo. E aqui aproveitamos para fazer alguns comentários sobre a performance de Klaus Meine. Sua voz continua tão incrível e I’m leaving you é uma prova disso, leves escapadas deixam claro que é tudo de verdade e esse senhor continua se apresentando magicamente a cada show. É bem verdade que ele permanece um pouco mais estático que na turnê anterior em seu posto central no palco, mas também completamente esperado para quem passou por duas cirurgias recentes nos seus 75 anos de idade, nada que diminua ou atrapalhe o andamento do espetáculo e isso deve ir melhorando cada vez mais com o tempo.

























            O que vem a seguir eu jamais pensei ver ao vivo na vida: simplesmente Crossfire! Nem o fã mais otimista apostaria nessa altura que teríamos algo novo assim. Mikkey Dee começa e mantém precisamente todo o ritmo da música, os solos de Matthias preenchem exatamente como ouvimos em todos esses anos ao executar o Love At First Sting, uma gratíssima surpresa! A não tão nova no setlist Bad Boys Running Wild é a seguinte, mas não deve ser ignorado o fato de que ela  é um dos pontos altos de todo o álbum. Outra já carimbada pelos últimos anos aparece na sequência: Delicate Dance. Continua bem agradável de se ouvir, inclusive.

Klaus volta a falar com o público: “Esse cara tocou na banda por mais de 20 anos, e essa noite nós gostaríamos de dedicar a próxima música para o nosso querido amigo James Kottak, um irmão de outra mãe… Send Me An Angel”, enquanto o nome de James é exibido no palco com uma foto. Uma homenagem totalmente merecida e bonita de se ver. James foi um dos maiores Scorpions sem dúvida.


 

Wind of Change surge mais uma vez com uma pequena alteração na letra, e não mais citando a Ucrânia, desta vez de uma forma mais abrangente e aparentemente definitiva: “Now listen to my heart, it still believes in love. Waiting for the wind, To Change”. A fim de não mais romantizar a Rússia, parece certo atualizar e encarar todo o contexto histórico para essa mudança.

A tão agitada Tease Me, Please Me também não perdeu seu posto no setlist, e faz bem depois do momento mais calmo entre Send Me An Angel e Wind Of Change, não mantiveram ela ali por acaso. Em seguida o outro ponto alto do Rock Believer: Peacemaker! Para mim certeira também em continuar no setlist, pois casa bem ainda com todo o momento em que vivemos no mundo, eu diria até que seria a Wind Of Change da nossa geração.

É a vez da outra grande surpresa da noite, Klaus fala: “Vamos voltar novamente para o álbum Love At First Sting e nesses 40 anos essa música nunca foi tocada, se chama The Same Thrill”. O que Klaus diz não está tão errado se considerarmos o lançamento do LAFS, pois The Same Thrill foi tocada duas vezes na Inglaterra no final de janeiro de 1984, e então esquecida. O álbum saiu no final de março daquele mesmo ano. Detalhes de fãs “chatos” apenas. O que posso dizer é que fomos agraciados pela história em poder ver isso ao vivo, daqueles B-Sides que não imaginamos mesmo ver na vida, e o que notamos de cara é uma banda completamente alinhada e contente, estão bem à vontade em fazer aquilo, como a própria filosofia da música diz.

Mikkey Dee continua quebrando tudo em seu solo, dessa vez atualizado com sua máquina Jackpot gigante, incluindo fotos da banda e preservando homenagens a James e Lemmy. No fim, as sirenes são ligadas e você já deve imaginar, vem aí Blackout! Algo de novo que posso comentar é o uso da máscara por Rudolf! Mas apenas em um ou outro show da residência, como no dia 20 por exemplo.


Big City Nights anuncia que o fim do show está próximo, já temos aquela sensação de que tudo passou muito rápido e não queríamos sair dali, mesmo depois de ver o terceiro ou quarto show seguido. A tríade final das músicas não se altera pois funciona muito bem. Eles se despedem e retornam para o encore com Still Loving You e Rock You Like A Hurricane para fechar a noite. Fica aquele sentimento de satisfação por ter visto 1h30 de algo lendário: exatamente o que eles são. Mas fica também aquela sensação de nostalgia, saudade e esperança pela próxima vez, e que seja breve!

Com o término do show, podemos ir até o backstage encontrar novamente com nosso amigo Léo, que inicia imediatamente todo o processo de limpeza e ajuste da bateria de Mikkey Dee, sempre impecável. Além de encontrar também os grandes amigos da crew como Jindřich Jankulár e Malte Krug, falar com as lendas Peter Kirkman, Ingo Powitzer e Rainer Becker, e claro, dar aquela passadinha rápida pelo PA e conversar um pouco com Manfred Nikitser. Também tivemos o prazer em conhecer novos amigos como Marian Kuch. Esses caras, e tantos outros, estão nos bastidores fazendo um trabalho incrível para que todos os fãs possam ter a melhor experiência possível, vale sempre agradecê-los por fazerem isso tão bem.




            Após vários dias em Las Vegas, tive o privilégio de compartilhar ótimos momentos com tantos amigos e pessoas fantásticas. Um agradecimento especial a Alex Malek e Bill Barclay por todo o suporte de sempre e por tornarem tudo isso possível novamente!

Scorpions voltou aos palcos no dia 17 de maio, em Abu Dhabi e continua uma série de shows pelo oriente médio, Ásia e leste europeu, até voltarem para a Europa para grandes festivais e por fim uma turnê pela Alemanha.

No ano que vem, a banda comemora 60 anos de estrada e temos certeza que uma nova turnê, com muita coisa especial, está por vir inclusive passando pelo Brasil! Aproveitemos bastante, pois é um privilégio poder estar na companhia dessas lendas vivas!